segunda-feira, 2 de março de 2009

Por uma etnografia das práticas de consumo - análise

Primeiro uma definição para o que seja etnografia: é por excelência o método utilizado pela antropologia na coleta de dados. Baseia-se no contato inter-subjetivo entre o antropólogo e seu objeto, seja ele uma tribo indígena ou qualquer outro grupo social sob qual o recorte analítico seja feito. No nosso caso, classes sociais definidas pelo mercado capitalista, ou seja, pelos bens de consumo. E é desta forma que muitos institutos de pesquisa definem seus objetos de estudo, pois se reúnem pessoas com os mesmos interesses de consumo.

Nunca se negou que uma das prioridades da sociedade pós-moderna seja a preocupação com a posição que ocupa. Antes isso era determinado pelo quanto se possuía em relação à renda. Hoje, impulsionada pela crescente influência da publicidade, há uma busca desenfreada por materiais e mais materiais. Os hábitos de consumo conseguem expressar, de forma mais pontual do que a renda de um indivíduo, a qual grupo social este pertence, quais são os seus valores, as suas práticas cotidianas, sua maneira de ver o mundo e, por que não dizer, elementos de sua identidade sociocultural (Valéria Brandini).

A sociedade da pós-modernidade vive num mundo totalmente consumista, sem necessidade, pela imposição dos Meios de Comunicação de Massa, que se rendem às tendências do mercado consumidor. Estamos sujeitos aos novos padrões de beleza, moda, acessórios, enfim, tudo que as estratégias de marketing conseguem nos vender.

Querendo ou não, tendo necessidade ou não, o individuo é alienado e se torna um ser social consumista. E é com base nas características comuns das classes sociais com os mesmos bens de consumo que os institutos de pesquisa direcionam seu trabalho para tendenciar cada vez mais o mercado.

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